terça-feira, fevereiro 28

Tempo de Carnaval

A Miss Pearls foi vista ontem à noite numa festa de Carnaval disfarçada de blogger. Diz quem a viu, que só a reconheceu pelo template amarelo.

Tempo de Carnaval

Decididamente, as máscaras de caçador-recolector do Paleolítico, os bobos da Idade Média ou as damas do século XVIII desapareceram das festas de Carnaval. Ontem, estive sentada ao lado de um Darth Vader e de um cowboy Brokeback Mountain.

segunda-feira, fevereiro 27

Parabéns ao Paulo Pinto Mascarenhas pela AtlÂntico. Parabéns ao Henrique Raposo (Cheio de razão: quando nos zangamos é que é mesmo bom! Não é?), à Carla, à Rita, ao Adolfo, ao Bruno e ao Tiago, pelo que consegui ler até agora, que a viagem é curta.

E parabéns ao Adolfo MN, André Abrantes Amaral , André Azevedo Alves , AFerreira , António Amaral , Brainstormz , Bruno Alves , Claudio Tellez , FCG , H. Ferreira , João , LAm , LA , LT , Miguel , Picuinhas , Pedro Sette Câmara , Pintoff , RAF e R Oliveira , pelo aniversário do INSURGENTE. Parece que foi ontem.

Questionário de Verão com um frio desgraçado

A Margarida do Eclético, uma pessoa muito simpática, até por achar que as minhas coisas podem ser interessantes, meteu-me numa grande alhada. E eu, que não sou capaz de recusar, vou safar-me como posso: Quatro empregos que já tive na vida: 1. Livros 2. Livros e objectos digitais que também são livros Quatro filmes que posso ver vezes sem conta: 1. Pickpocket 2. Citizen Kane 3. Play Time 4. Os Pássaros Quatro sítios/países/regiões onde vivi: Portugal Quatro séries televisivas que não perco (perdia): 1. Espaço 1999. 2. Os pequenos vagabundos 3. Todas as séries da BBC Comedy 4. Ally Mc Beal Quatro sítios onde estive de férias: 1. Egipto 2. Jordânia 3. China 4. Dois inter-rails pela Europa Os meus pratos preferidos: Tudo menos cabrito e pratos de caça Quatro Websites que visito diariamente: 1. Today in History (Library of Congress) 3. Público 4. Fox News 5. Alguns blogs Quatro sítios onde gostaria de estar agora: - Ah, isso é que eu não digo.. Três bloggers (F) a quem convido a fazer este questionário (se tiverem paciência e gosto): - Laranja com canela - Inês em NY - Pop Três bloggers (M) a quem convido a fazer este questionário - Elba Everywhere - Hardblog - Misantropo

"Mi caramelo de alma, usted los dañó" é legalzinho.

O Alexandre Soares Silva pôs o tradutor automático em acção e saíu-lhe isto: Alma minha gentil, que te partiste Se lá no assento etéreo, onde subiste, Memória desta vida se consente, Não te esqueças daquele amor ardente Que já nos olhos meus tão puro viste. My soul candy, you damaged them If in the radio station where you rose, The memory of this life is allowed, Mi caramelo de alma, usted los dañó Si en la emisora de radio donde usted se elevó, A la memoria de esta vida es permitido, Olvide este amor de incineración..., etc.

domingo, fevereiro 26

jingle

Mr. Sandman

Ah... se eu soubesse isto antes...

O Berra-Boi atribui as cinco vitórias consecutivas do CLUBE, em parte à intervenção (nada divina) deste blog cor de caril. Senão vejamos: desde que perdi um aposta e editei um post com HINO do CLUBE em 28 de Janeiro, a verdade é que tem sido um fartote de Grandes Vitórias. E claro que o Paulo Bento (será do nome???) tem tido culpas no cartório, mas se isto continua assim, ainda nos encontramos no final da época nas roulottes do Alvalaxia a festejar com uma sandes de couratos e uma mine.

Fancaria, pó e a nota de cinco *

Marginal fechada, A5 entupida, o mar tão perto e a feira já ali. Um calor de rachar, mulheres, muitas mulheres agarradas a muitos trapo, a maior parte deles completamente inúteis, mas irremediavelmente indispensáveis no momento da pechincha. As vendedoras gritam "ó freguesa é comprar que quero ir outra vez ao Brasil", "ó dona não tenha vergonha de comprar barato", e a gente compra, esquece o IVA que não é cobrado, leva a blusa que "é só dares um pontinho na manga", provam-se soutiens em cima de tshirts transpiradas que "aqui ninguém nos conhece", partilham-se opiniões com especialistas: "vá lá mais para o fundo que é mais barato". Um produto que sai muito é tudo o que tem marca: o crocodilo, o Gutche, o Luis Viton, o taco de golfe, Cristiane Diore, o Oskar delaRenta, a Leviz e assim. Mas o mercado funciona: eu queria a tshirt azul, a senhora com o bebé queria a amarela, mas o vendedor só vendia duas a cinco euros: "tome os meus dois euros e meio, a senhora põe os seus e assunto arrumado". Chega-se ao fim com os braços cheios de sacos, encaloradas, mas todas contentes com as pechinchas de ocasião, numa contabilidade delirante e inacessível aos não frequentadores daqueles locais. E o que dá mesmo gozo, é abrir os sacos em frente das pessoas que mostraram enfado perante a perspectiva de duas horas ao calor e ao pó: "Porque não trouxeste uma igual para mim? Vê lá se te lembraste que eu precisava de uma coisa destas??", e poder responder "Eu empresto." Não convém é ir aos mesmos sítios: lá hão-de estar meia dúzia de mulheres com as mesmas túnicas, outra meia dúzia com aquelas blusas que nos põem a assar de tanta fibra e dúzia e meia com as mesmas sandálias de pano . Tudo a duas notas de cinco, claro. ** Leia-se cinco oiros Post re-editado, com alterações. Obrigada ao Corta-Fitas pela amável referência.

sábado, fevereiro 25

Este texto dava um post

Margarida (N'um album) Faust - que murmure-t-il lá?... Marguerite - mivoix - il m'aime, il ne m'aime pas... Goethe - Faust
Andava eu na alameda passeando a scismar - já nem sei em que scismava - e vi-a pensativa murmurando não sei quê a uma flôr, que desfolhava. Acheguei-me ao pé d'ella sem ser visto, e vi-lhe sobre o banco um livro aberto, quiz vêr que livro era, e fui mais perto, o Fausto!... andei um mez a scismar n'isto! Alexandre da Conceição Porto Elegante, 1º número, 1864

sexta-feira, fevereiro 24

body building

- Podes fazer umas alterações a esta fotografia? - Com photoshop ou com pornoshop?
Sorria! Está a ser filmado!
Speed skating

Interesse público, manias privadas

Quer chova ou faça sol, todas as manhãs o mail do Library Link of the Day. Um clipping inteligente e gratuito com a s últimas notícias e novidades, "good reads on the web, and other valuable resources that a library knowledge worker should know about. The link is presented without commentary. Links always lead to free content, but sometimes require registration (also free). Ponto Come - um blog com restaurantes. Um blog amigo. (O Miguel sempre atento).

Coisas estranhas que se veêm de manhã

Ir numa rua cheia de centopeias, polvos, joaninhas, cinderelas, noddy, piratas, monstrinhos, princesas, abelhas, ratos, feijões, tartarugas, bolas de neve, palhacinhos, dráculas, pequenas sereias, brancas de neve, cruellas e todo os tipo de bicharada.

quinta-feira, fevereiro 23

Notas de uma viagem a Portugal e através de França e Espanha (1798)* A primeira coisa que uma pessoa não pode deixar de notar em Lisboa é o mau policiamento. A imundície das ruas está amontoada por todo o lado, nas ruas mais pequenas e estreitas, onde a chuva não a lava, forma verdadeiras colinas, e para uma pessoa não se afundar no meio dela tem de conhecer muito bem o carreiro. (…) Antigamente a cidade era iluminada, agora já não, e como as lojas fecham cedo nada alumia a escuridão das vielas estreitas e mal pavimentadas. Uma horda de cães sem dono que se alimentam à custa do público erra pela cidade como lobos esfaimados e, pior ainda do que estes, é a horda de bandidos. Muitos se admiraram como nós tínhamos ousado, nestes tempos de guerra, viajar para Portugal por terra.(…) Como pode um povo, entre o qual se encontram afinal homens esclarecidos, aguentar horrores deste género, que põe Lisboa ainda abaixo de Constantinopla?(…) As diversões do Carnaval são sempre feitas segundo o gosto dominante da nação. E em que é que consistirão em Lisboa? Nobres e gente do povo divertem-se em atirar toda a espécie de sujidade e imundície aos passantes que, de acordo com o costume e para evitar maus encontros, aguentam pacientemente este tipo de coisas. Uma encantadora dama de condição despejou um bacio sobre mim, não me deixando qualquer consolo a não ser esperar que o bacio fosse o seu.(…) Os altos muros das quintas na cidade, os arredores abandonados e desertos convidam ao roubo e ao assassínio, o mau policiamento fomenta-os.(…) A Primavera é a época mais perigosas. Sei de alturas em que se podia contar um assassínio todas as noites. O criminoso escapa quase sempre, em virtude de uma compaixão verdadeira e genuinamente portuguesa, toda a gente lhe facilita a fuga. Coitadinho, pobre homem, dizem, e tudo lhe corre de feição. Nota: Link é muito mais “suave” para os portugueses do que Murphy (“Travels in Portugal”, 1797) *Notas de uma viagem a Portugal e através de França e Espanha / Heinrich Friedrich Link, trad., introd. e notas Fernando Clara. - Lisboa : Biblioteca Nacional, 2005.
Não gosta do Carnaval? Só porque nunca o festejou com DJs Nuno Miguel Guedes e Zé Diogo Quintela! SEXTA-FEIRA, 24 de Fevereiro, no NAPRON (antigo Três Pastorinhos) na Rua da Barroca, a partir da meia-noite. Apareça!

quarta-feira, fevereiro 22

"Does modern life make us happy? "

Ruskin Park
A propósito do post anterior "Upstairs, downstairs": "The second half of the book proposes five realms of activity that challenge this mainstream status-standard: philosophy, art, politics, religion and "bohemia." In the book's funniest passage, de Botton imagines what mainstream tabloid headline writers might make of the failed lives depicted in tragic literature. "Oedipus the King," for example, is reduced to "Royal in Incest Shocker." "Reduced" is the key word here. De Botton's point is that a great tragedy, on stage or in fiction, can lend dignity and humanity to a life where all status has been lost or forfeited." Daqui

Upstairs, downstairs

Por acaso Carla, o que mais me interessou no episódio de ontem do Status Anxiety não foi, como referes, a questão da igualdade. Ou por outra, achei uma abordagem muito curiosa, mas foi a referência à perspectiva da morte, o ponto que mais me tocou. Obviamente, poderão estar aqui envolvidas questões pessoais e corre-se sempre o risco da identificação. Quase que poderia dizer que estes episódios se resumem à questão levantada pelo autor “Quantos dos nossos “amigos” nos iriam visitar ao hospital?”. No testemunho que foi dado pela doente com cancro, toda esta questão do status, da ansiedade, ou da ostentação hipócrita da felicidade se torna irrelevante quando, perante a perspectiva da morte, passou a concentrar as atenções nas relações que realmente importam. Numa apreciação pessoal da luta pelos valores centrais definidos pela sociedade e na ansiedade que daí resulta, creio que quando se tem a morte na alma, isso torna-nos mais leves, mais despreocupados, menos mesquinhos e claramente menos preconceituosos. Os problemas que dantes nos atormentavam e nos tornavam irredutíveis, passam para um outro patamar de avaliação. Esta relativização não significa irresponsabilidade ou alienação. Pelo contrário. Trata-se somente de encarar os problemas e de os resolver de uma forma mais simples, menos tortuosa ou desgastante. Como afirmava John Ruskin, um dos autores citados no programa :”There is no wealth but life." Dei-me ao trabalho de ler alguns textos deste vitoriano, e é inegável o carácter sedutor do seu pensamento.: The first test of a truly great man is his humility. By humility I don't mean doubt of his powers or hesitation in speaking his opinion, but merely an understanding of the relationship of what he can say and what he can do. Depois das referências a Max Weber e a Marco Aurélio, foi com uma envergonhada admiração que ouvi o autor citar os boémios, dando como exemplo o modo de vida de Vanessa Bell. Mas confesso que não foi Schopenhauer (misantropo inteligente, como foi chamado) que mais me fascinou, mas sim a representação do respeito pela vida vulgar pintada por Hooch. Ou melhor, como a beleza se pode encontrar sem convenções da sociedade.

Isto não é pura economia, pois nã0? As coisas que se aprendem com um homem que foi the most influential art critic of the nineteenth century. A watercolorist, a botanist, a moralist, a sensualist, a socialist, an economist, a Romantic, a prophet, a priest, and a poet, his writings integrate the aesthetic with moral purpose and ecology.

Que manchetes fizeram aqueles rapazes do tablóide inglês de desporto com a Madame Bovary e ao Otelo? Não me recordo....

(...)Começa ali Paço d'Arcos, patria do patrão Joaquim Lopes. É a praia de mais movimento da linha de Cascaes. Não quer isso dizer que seja a mais bonita. Mas os gostos não se discutem... Estende-se a sua casaria desigual, do forte da Giribita á Escola de Torpedos, e nesse comprimento se desenrolam três prais distinctas. A de leste é uma praiasita pacata, onde mergulha um resumido numero de pessoas. A do meio é uma praia de high-life, para raros apenas. A de oeste é a praia geral, onde se vê Paço d'Arcos em maillot ás riscas, a tomar o seu banho, de manhã cedo. Uma vista de olhos... A Lilis dão gritinhos dentro do liquido elemento e fogem dos Lulus que lhe atiram agua para os olhos. Um leão recita Soares de Passos a uma banhista, de alpercatas e largnon. Ali, o Brito cobre de pavor o rostinho da Nunes, fingindo que se afoga.. Aqui são as filhas do commendador, que saem altivas da barraca, na imponencia de quem traz na barriga a commenda do papá... Mais além é um grupo que combina um pic-nic, dois namorados que se arrufam, uma velha que critica as creadas..E aqui perto, dois paes de familia dizem que os ordenados não lhes chegam, enquanto as filhas, no banho, se entregam a um flirt aquatico com os filhos do primo de um visconde arruinado. (...) Pouco adiante d'elles, a velha e sempre renovada Cascaes, lança-lhes o seu lorgnon historico, de fidalga de poucos haveres e muitos avós. Assim como Pedrouços é a praia classica do Commercio, paço d'Arcos a da Burocracia, e os Estoris as da Burguezia, Cascaes é a praia do High-Life. Podem inventar outras praias, elegantisal-as, metter-lhes progresso, luz electrica, sport, luxo. Nenhuma consegue supplantar Cascaes - em títulos. Quem tem titulo, tem casa alugada em Cascaes. Pode ir de visita ás outras praias. Outubro passa-o, infalivelmente, em Cascaes. Cascaes é o baluarte do high-life que se banha: Não póde mesmo entrar no livro de oiro da elegancia patria quem não se encafuar durante um mez nas viellas tortuosas de Cascaes, quem não nadar de costas ou de agulha diante da sua minguada língua de areia, vestido de malha, quem não passear na amostra de alameda, que se pendura soba as muralhas da Cidadella, e dá pelo nome de Passeio Maria Pia, vestido de touriste, quem não vir entrar o mar na Bocca do Inferno, vestido de yathsman, quem não jogar o tennis nas lindas courtes do Sporting-Club, vestido de flanella, ou não apontar cinco tostões aos 33, na rolêta do Casino, vestido de baile!... Cascaes não é para elles o sitio onde vão procurar oxygenio para o sangue e goso para os sentidos. Cascaes é o seu ponto. Não vão lá. Têem que lá ir. Porque só a idéa de que o vermelho pavilhão real poderia estar içado na Cidadella, sem que elles estivessem em Cascaes, os faz estremecer de horror! ...Que diria Sua Majestade, se passasse a guiar o seu phaeton e os não visse na estrada da Guia curvados até ao chão?!... Credo!... (continua). Brasil em Portugal, 1901 Postais

terça-feira, fevereiro 21

Se um post em draft (22)

consegue ter 22 entradas, isto não é bem um blog: é um caderno de rascunhos.

Um post em draft (21)

Serve para meter aqui dentro onomatopeias de indignação, dar a volta à fechadura e deitar a chave fora.

Um post em draft (20)

Serve para os dias em que um blog se parece com uma nota de serviço.

segunda-feira, fevereiro 20

New blogs on the block

Uma palavra de muito apreço para os FRESCOS, pelo óptimo trabalho de recortes, últimas notícias e informação actualizada sobre blogs. Ao Eça é que é essa!!! e à Joana, simplesmente, obrigada. E ao blog novinho em folha da minha amiga Helena, os Tristes Tópicos. A tinta já secou, portanto, já se pode entrar.
Figure skating Pairs

Family ties

Isto dos nicks tem alguns aspectos curiosos. Nem era preciso dizer nada: sempre que estavam aborrecidos com ela, tratavam-na pelo nome próprio.

"O FIM DO CARNAVAL LUSITANO", por Francisco José Viegas

HÁ EXACTAMENTE UM ANO, NO AVIZ: O FIM DO CARNAVAL LUSITANO, FINALMENTE. O Carnaval português sempre me afligiu. Lembro-me dele quando ainda só era Entrudo e não dispúnhamos daquelas raparigas da Mealhada a dançar na rua, debaixo de chuva, abrigadas pelos seus simpáticos biquinis. Essa é a primeira imagem que me assalta: o frio, o desconsolo meteorológico, a desadequação climática. Isso e os seus desfiles, em carros alegóricos montados em cima de tractores. E dos fatos de má qualidade, de brilho barato, cintilante nos domingos de Fevereiro, escarlates. Tinha pena das raparigas. Também me penalizava pelos rapazes, da cidade ou da província, muito machões durante o ano, mas que no Carnaval se mascaravam de meretrizes ou de tias velhas. Mas, insisto, o pior era o frio de Fevereiro, os chuviscos a meio da tarde, o granizo nas ruas de Ovar, de Cantanhede ou Olhão. Um resto de misericórdia vinha do fundo da consciência pedir protecção para os desfiles. Aos desfiles, propriamente ditos, vi-os sempre pela televisão e bastou-me: umas raparigas sem o sentido das proporções dançavam muito mal o samba, agitavam bandeirinhas, sorriam, enregeladas, com peças de tule cobrindo uns corpos muito brancos que ainda não tinham feito a dieta habitual antes da época balnear. O corpo das portuguesas, neste domínio, é um campo de sacrifícios: durante o ano alimenta-se bem e corajosamente; entre Abril e Maio começa a penar e a penitenciar-se, preparando-se para a exposição solar do Verão. É um mundo de desgraças. Só o Carnaval, com as suas peças de tule com penduricalhos de brilhantes falsos em cima, permite entrever as carnes esbranquiçadas que hão-de estar mais passadas no S. João. As figuras, dos «carros alegóricos», são o bombo da festa tradicional – políticos da televisão, caricaturas sofríveis, mal pintadas, ditos de gosto duvidoso, misturando a tradição popular da província com a piada do Parque Mayer. Tirando o dr. Alberto João Jardim, saltitando na Avenida Arriaga, no Funchal, os desfiles são pobres. Pobres e cheios de frio. Depois, há umas actrizes de telenovela portuguesa e os seus companheiros de ofício, que vão também aperaltados no alto dos carros (que lembram, a milhas, os «trios eléctricos» de Salvador, eufóricos e encalorados): também aí é uma desilusão. Sob os tules, vêm mais panos para esconder a «beleza tradicional portuguesa». As actrizes de telenovela brasileira chegaram entretanto para animar um pouco a paisagem: sorriem muito, recebem o cheque, levantam os braços, cumprem a sua função. Fico sempre espantado com as notícias das televisões, que falam dos «foliões» que aguardam a passagem dos desfiles: e as imagens dão conta de umas famílias apinhadas nos passeios, com os miúdos encavalitados vendo passar o cortejo de horrores. Isto, claro, sem falar da música permanente de «mamãe eu quero, eu quero mamar» que todas as discotecas do Algarve passam aos berros para que comboios de «foliões», organizados com a espontaneidade de uma missa em latim, se meneiem e transpirem adequadamente. Não sei. Não sei. Mesmo para Portugal, é muito horror junto. [JN] Texto do Francisco José Viegas no Aviz
O Controversa Maresia faz hoje dois maravilhosos anos. Daqui do Miss Pearls, um grande beijinho para a Sofia.

domingo, fevereiro 19

Talvez sexta-feira fique na Granja, a respirar o ar puro da verdade social que ali constantemente circula Carta a Oliveira Martins, 1884 [A praia da Figueira] é um contraste vivo com a linda Granja, que logo a seguir emerge, de entre os pinhaes. Aqui tudo é pautado, discreto, cheio de diplomacia. Os seus chalets, muito elgantes, só acordam á 1 hora da tarde. Toma-se banho ás duas, com pouco barulho e muitos cumprimentos. Almoçam-se coisas francezas ás tres. Ás quatro vae-se para o pinhal, de luvas, e vestidos de seda. Conversa-se bem, ri-se baixo, e joga-se o Tennis, sem se fazer batota... Ás sete jantam-se outra vez coisas francezas, e fuma-se um havano puro. Ás nove vae-se para a Assembléa, em smoking, dança-se com extremo chic, organisam-se bals de têles e contillons, e namora-se com suprema linha. Á meia noite recolhe-se tudo, depois de um aperto de mão muito diplomata, e nós seguimos o nosso roteiro para o norte... Aqui vem desembocar o Douro. Estamos em frente da Foz. A Foz é o Pedrouços do norte. A poucos minutos do Porto, tanto em carro electrico como em carro a vapor, é como que uma continuação da rua de Santo Antonio. Na sua alameda sobre a barra, ou na sua alameda sobre o mar, o que se encontra hoje é o que se encontrou hontem a fazer compras na Praça Nova e a namorar no S. João. Apenas aqui, o Porto é mais dado, apparece mais, conversa mais, joga, dança e organisa festas. É o mesmo recheio com outra côdea... Segue-se, a poucos minutos, depois de um descampado, Mattosinhos, a conhecida praia que o portode Leixões encaixoteou, mas que os antigos frequentadores não abandonaram, patriotica e heroicamente resolutos... É frequentada pela mesma gente que a Foz; é traçada em esquadria, á marquez de Pombal, tem uma boa Assembléa de sala circular, dois cafés com hespanholas cantando peteneras; e uma alameda sobre o rio Leça, onde, ao som de uma banda, aos domingos e quintas, o Porto masculino e feminino passeia e suspira, em redor de uma estatua de Passos Manuel, vestido de caixeiro de loja de modas, para mal dos seus peccados! Do outro lado do rio branqueja Leça da Palmeira [continua] Brasil de Portugal, 1901

sexta-feira, fevereiro 17

Kim Wilde, "kids in America" ( clicar para ouvir )

Pobres turistas

São neste momento 12,39m. Desconfio que os dois turistas que me perguntaram às 10 horas nos Restauradores onde fica a "avênida Augutchta" e a "Carmo street", ainda devem andar à nora pelas ruas da Baixa, com as indicações que eu lhes dei.... O sentido de orientação nunca foi o meu forte. E as explicações também não.

Enfim...manias

O Miguel Noronha do Insurgente e o Prometeu do 19 meses depois, acham que sou uma criatura manienta. Isto é, que tem manias. E eu, que não sou de tretas, até acho graça por se terem lembrado de mim. Enquanto lavava a loiça, confirmei as minhas suspeitas: sou uma mulher com tantas manias como vícios. O Superpop limão costuma ser bom conselheiro e entre uma panela e uma travessa, rapidamente cheguei à conclusão que é tudo normal. Suspirei de alívio. Uma mulher normal, portanto. (os advérbios de modo são uma das minhas manias). Acho isto tudo do mais desinteressante, mas pronto: - Tenho mau perder ao king (num instante arranjo meia dúzia de justificações e uma dúzia de culpados). - Tenho decididamente a mania das limpezas: a roupa branca tem mesmo que ficar escrupulosa e milimetricamente branca. - Insulto (mentalmente, claro) tudo quanto é gente que anda a altas velocidades, pára o carro em qualquer sítio, principalmente onde não deve, faz sinais de luzes, cola-se à traseira, conduz agarrado ao telemóvel, buzina, faz gestos com os dedos e anda por aí impunemente, drogado ou bêbado a fazer asneiras homicidas. Para esses, tenho algumas justificações bastante simples: deve ser gente mal amada e [mal. ] com uma vida sexual miserável. Para polícias indigentes e técnicos incompetentes arranjei outros nomes. - Nunca sei onde deixo o carro, seja na minha rua ou num parque de estacionamento. - Tenho a mania de guardar artigos, revistas, folhetos, etc. na ilusão de que os vou ler um dia. E por fim (extra-post), tenho a mania de ter um blog. Que é isto que aqui veêm. [Há uns tempos atrás já tinha escrito uma tolice semelhante sobre esta coisa das manias]
Women's skeleton

quinta-feira, fevereiro 16

Trompe l'oiel (II)

Escreveu um post numa ficha de leitura, arquivou-a na letra P, e julgou-se um escritor.

trompe l’oeil

Cria-se, por vezes, a ilusão de que se está a decidir alguma coisa. A maior parte das vezes é como arrumar papéis: mudam-se somente de uma gaveta para a outra.

Quem nunca enviou "recadinhos", que atire o primeiro post.

quarta-feira, fevereiro 15

"Disclaimer Sempre que leio alguns mails penso na conveniência em escrever no cabeçalho do FdM o seguinte aviso As pessoas e os eventos mencionados neste blogue não correspondem necessariamente a pessoas e eventos concretos, qualquer semelhança é mera coincidência etc etc. [P.M.] "Fora do Mundo" Minha nota de rodapé: As pessoas e os eventos mencionados neste blogue não correspondem necessariamente a pessoas e eventos concretos, qualquer semelhança é mera coincidência etc etc.

Com alguma frivolidade [actualiz.]

E um nadinha arrivista: "In order to gain and to hold the esteem of men it is not sufficient merely to possess wealth or power. The wealth or power must be put in evidence, for esteem is awarded only on evidence. And not only does the evidence of wealth serve to impress one's importance on others and to keep their sense of his importance alive and alert, but it is of scarcely less use in building up and preserving one's self-complacency. " E a pensar nestas coisas do mérito e do dinheiro. O PURA ECONOMIA editou o post "Pérolas a Economistas", referindo uma coisa chamada paradoxo de valor, a propósito deste post. Eu agradeço muito e acredito mesmo que se trata de um conceito importante até porque o Pura Economia é um blog sério e sóbrio. Lamento não poder dizer mais nada, mas .. estou sem tempo...

e com problemas de identidade

ao ser cumprimentada de manhã com: - Bom dia, Miss Pearls.

Eu hoje acordei assim *

terça-feira, fevereiro 14

Pérola de cultura

Um dia, este blog muda de cor e é feliz para sempre.

"Para que as coisas permaneçam iguais, é preciso que tudo mude."*

A caminho do emprego vejo uma coisa que se parece com uma flor: tem uns coraçõezinhos, música, mas não tem cheiro. Dou uma volta pelos blogs, por aí, e vejo os azedos do costume, azedos como de costume. Daqui da janela vê-se o céu muito azul, mas ainda tenho o olhar cheio das cores da Sicília, dos vestidos do baile da princesa e do verde dos olhos do príncipe italiano. Este espaço está acanhado, estreito e com muitas sombras. E o relógio que não anda. * O Leopardo

segunda-feira, fevereiro 13

Diálogo

- No outro dia perguntaram-me como é que tu eras. - Se disseste só coisas fantásticas a meu respeito, foste um exagerado. No caso de teres dito o pior, foste muito injusto.

Eu tenho saudades do tempo

em que estavámos todos.

Eu ainda sou do tempo *

Em que o ananás não se vendia partido ao meio. * título da Carla

Eu ainda sou do tempo *

Em que o porteiro do cinema não nos deixava entrar quando os filmes não eram para a nossa idade.
Compra Ontem, Carrefour de Oeiras, catorze euros e noventa. Os Adidas Super Skate são uma delícia retrógrada criada em 1978. Da mão barata chinesa para os meus pezinhos sofisticados. Viva o multiculturalismo. No Voz do Deserto

domingo, fevereiro 12

Coisas simples

Está-se bem ao sol.

New blogs on the block

Do Brasil, 100 meias confissões de Aninhas, Pensar é estar doente dos olhos e /Var/log. E o velhinho M a j o r - A l v e r c a está de volta. O tal que "Desde cedo o meu carácter se me revelou firme e rebelde. Felizmente, tive a sorte de ter por progenitores indivíduos tolerantes e de pulsos fracos" . Suspiros no The end of the affair.

sábado, fevereiro 11

E porque uma mulher também se farta de ouvir tantos homens feios dizer disparates....

sexta-feira, fevereiro 10

Programa : "O meu blog dava um programa de rádio"

O que lhe propomos é transformar o seu blog numa hora de rádio. Nós pegamos nas suas palavras e juntamos a música, dando uma vida nova ao seu refugio na Internet. Damos-lhe a gravação, para mais tarde recordar, e uma semana de link directo a partir do nosso site. E atenção: além de poder ouvir o seu Blog na rádio, você habilita-se ao prémio de Melhor Blog do ano! O Meu Blog dava um programa de rádio, brevemente, ao fim de semana, na Rádio Comercial. 1º blog - Amanhã, 12 horas - Estranho Amor

Um post em draft (19)

são palavras ditas com a porta fechada.

Num post em draft (18)

Estão palavras em espuma enroladas em marés de ciclotimia.

Num post em draft (17)

Estão palavras escritas a lápis nas páginas de um livro.

O meu lamento

Tenho estado à espera que ela aparecesse, com a sua sobriedade e o seu rigor. A Joana deixou-nos o Semiramis.

Perto do king Tut

Num dos locais mais fantásticos do mundo. Túmulo intacto descoberto no Vale dos Reis Uma equipa de arqueólogos da Universidade de Memphis, nos EUA, anunciou a descoberta de um túmulo, que parece estar ainda intacto, no Vale dos Reis, no Egipto. Algo semelhante não acontecia desde que foi encontrado o túmulo do faraó Tutankamon, em 1922. Apesar de no Vale dos Reis dever o seu nome ao facto de ser local de enterro da maioria dos faraós da época áurea, os arqueólogos afirmam que as múmias agora encontradas não parecem pertencer a famílias reais. (..) «Por alguma razão foram todos enterrados de forma rápida num túmulo pequeno», adiantaram os arqueólogos.(...) Mais informações aqui
Este blog encontra-se a meia luz.

quinta-feira, fevereiro 9

Vida blogoesférica

Desconfio que há gente que para curar os maus fígados, toma antes de dormir um comprimido de insulto e uma colher de má fé.

É a vida

Desceu as escadas, respirou fundo e entrou no carro: "Tudo está bem quando acaba bem", pensa o cínico ligando o rádio e o ar condicionado.
"Words to rememeber Quando lhe perguntei o que fazer num determinado caso amoroso, N. respondeu: "Gostava muito de te poder ajudar, mas eu também só sei o que vejo nos filmes". Pedro Mexia- Fora do Mundo. Ed.Cotovia, 2004

quarta-feira, fevereiro 8

Pela Liberdade de Expressão

O Manuel João, o Rui e a Luisa enviaram-me este mail.
Apareça.
C O M U N I C A D O
Na próxima 5ª feira, 9 de Fevereiro, pelas 15 horas, um grupo de cidadãos portugueses irá manifestar a sua solidariedade para com os cidadãos dinamarqueses (cartoonistas e não-cartoonistas), na Embaixada da Dinamarca, na Rua Castilho nº 14, em Lisboa. Convidamos desde já todos os concidadãos a participarem neste acto cívico em nome de uma pedra basilar da nossa existência: a liberdade de expressão. Não nos move ódio ou ressentimento contra nenhuma religião ou causa. Mas não podemos aceitar que o medo domine a agenda do século XXI. Cidadãos livres, de um país livre que integra uma comunidade de Estados livres chamada União Europeia, publicaram num jornal privado desenhos cómicos. Não discutimos o direito de alguém a considerar esses desenhos de mau gosto. Não discutimos o direito de alguém a sentir-se ofendido. Mas consideramos inaceitável que um suposto ofendido se permita ameaçar, agredir e atentar contra a integridade física e o bom nome de quem apenas o ofendeu com palavras e desenhos num meio de comunicação livre. Não esqueçamos que a sátira – os romanos diziam mesmo "Satura quidem tota nostra est" – é um género particularmente querido a mais de dois milénios de cultura europeia, e que todas as ditaduras começam sempre por censurar os livros "de gosto duvidoso", "má moral", "blasfemos", "ofensivos à moral e aos bons costumes". Apelamos ainda ao governo da república portuguesa para que se solidarize com um país europeu que partilha connosco um projecto de união que, a par do progresso económico, pretende assegurar aos seus membros, Estados e Cidadãos, a liberdade de expressão e os valores democráticos a que sentimos ter direito. Pela liberdade de expressão, nos subscrevemos Rui Zink Manuel João Ramos Luísa Jacobetty
"(...)Anoto apenas a minha surpresa com a facilidade com que são postos em causa valores que sempre pensei serem parte fundamental da nossa visão civilizacional da sociedade, aceitando-se uma relativização que, penso, põe em causa o cerne desses valores. O nosso entendimento de liberdade, de expressão e opinião, tem no centro o direito de os outros se exprimirem com toda a liberdade, mesmo que isso nos ofenda. É o direito de os outros dizerem aquilo que mais nos choca, que quem ama a liberdade defende acima de tudo. Não há relativização possível para este critério, o único que está em causa face a desenhos satíricos que são, em última razão, desenhos políticos. A maior das mistificações está em se pensar que estamos perante uma questão religiosa, quando se está perante uma questão política." O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES: DISCORDÂNCIAS The Last Word: Flemming Rose entrevistado para a Newsweek: Igniting more than debate (Via Elbaeverywhere, um blogger português na Dinamarca)

Campo Grande-Rossio, sem sair do lugar

Diziam-me hoje e com alguma razão: Há coisas na vida semelhantes às passadeiras dos ginásios: por muito que se ande, nunca se chega a lugar nenhum. Não acho que seja bem assim. Quanto mais se corre mais se ganha. Juízo, claro.
We all get heavier as we get older because there's a lot more information in our heads. So I'm not fat, I'm just really intelligent and my head couldn't hold any more so it started filling up the rest of me! That's my story and I'm sticking to it! (Enviado por mail)

terça-feira, fevereiro 7

Post com gente dentro

Finalmente: Novas regras para o transporte escolar foram aprovadas hoje . Só neste país europeu é que legislação tão importante demora tanto tempo a ser aprovada. Uma miséria. Os meus parabéns à APSI, que anda há tantos anos a lutar pela segurança infantil, num país onde a incúria e a falta de responsabilização vêm geralmente em papel timbrado com selo oficial.

Fim de tarde (IX)

Encontrou-o por acaso naquela pastelaria onde passaram juntos tantas tardes. Era ali que se encontravam ao final da tarde antes de irem para casa. Eram felizes nessa altura. Ela podia jurar que eram felizes. Acreditava que lhe conhecia o corpo e lhe adivinhava o pensamento. Mas depois tudo fora muito difícil, doloroso e já não queria pensar nisso. Assim que lhe vinham as recordações ou lhe pressentia uma presença que ela sabia não existir, afastava o pensamento e reprimia a ilusão. Inesperadamente, encontrava-o ali algum tempo depois. "Ainda é cedo, pensou ela assim que o viu. Ainda não se consegue fingir". Conseguiu balbuciar umas frases mal amanhadas perante um homem confiante, sorridente e completamente imune à presença dela. "Era isso, claro. Cherchez la femme", foi tudo o que pensou enquanto observava uma mulher que se dirigia para junto deles. Angustiada, acordou de repente, assustada, olhou para o seu lado na cama e ouviu uma voz ensonada: "Tomas muitos cafés, já te disse". Sorriu e encostou-se juntinha a ele: "Sim. Estava na pastelaria".

segunda-feira, fevereiro 6

Há dias em que me sinto assim

Moose burger or caribou dog?
Marilyn Whirlwind em Northern Exposure

Mind the gap

As minhas viagens de metro são duas curtinhas estações. Além dos estudantes, a maioria são pessoas como eu, que vão ou regressam do trabalho. Quando viajam aos pares é inevitável não ouvir as conversas, que são quase sempre as mesmas. Falam sobretudo dos empregos, do trabalho, ou lá o que é. O que sei dizer é que, na generalidade, se não gostam do que fazem, ainda gostam menos dos chefes. Os colegas, segundo ouço, são quase sempre pessoas desprezíveis, mal formadas, gananciosas, engraxadoras, incompetentes e falsas. Mas os chefes, valha-me Deus, aquilo deve ser tudo uma corja do piorio sempre prontos a tramar o próximo, de preferência o empregado mal pago e farto de tabalhar. Quando ouço estas conversas lembro-me de uma cena do Minority Report, quando o Tom Cruise arrasta com ele a precog Agatha a uma casa de divertimentos virtuais para lhe retirar a informação que precisa. Logo no início da cena, junto ao proprietário da casa de diversões, (um hacker do paleolítico superior, do a.d. 2004) aparece um cliente meio alucinado que só quer uma coisa: "to kill the boss". Oferecem-lhe um sofisticado menú de sensações tórridas, prazeres luxuriantes e indizíveis, mas ele só grita de olhos esbugalhados "I want to kill my boss". Qual sexo, qual carapuça! O homem só quer vingança. Sangue. A sensação virtual do poder. Apertar o gasganete ao sacana que lhe faz a vida negra. Esta comparação é um nadinha forçada, reconheço, mas a mim só me dá para dizer "lucky me". Texto re-editado com alterações

Retratos do trabalho em Portugal

domingo, fevereiro 5

Coisas normais, portanto.

"Dizem que a vida começa aos 40. Mas quando fiz 20, 30, diziam a mesma coisa. Para mim, qualquer hora ou idade é boa. O importante é que vivo feliz, tenho uma grande mulher, seis filhos, pai e mãe saudáveis e óptimos amigos.(....) Falo o que penso e pronto. Ninguém paga as minhas contas ou sente as minhas dores. Ninguém também é obrigado a ouvir-me. Mas, no geral, fiz mais amigos do que inimigos na vida.(...) A noite é interessante para mim... antigamente, era para pegar mulher. Agora é para dançar meu funk, tomar meu refrigerante". Romário, no Público de hoje.
Delfonics, "Didn't I (Blow Your Mind This Time)" ( clicar para ouvir )

Jackie Brown

O exemplo que vem da Dinamarca [actual.]

Rie Rasmussen e Helena Christensen

9. Da Literatura: Se, por hipótese, em vez do livro sobre Maomé, o sr. Bluitgen tem publicado uma versão do Kama Sutra em que a figura da rainha (da Dinamarca) fosse o móbil da obra, o coro «solidário» atingia estas proporções?

Também acho, Francisco: Se a imprensa publicasse fosse o que fosse sobre as actividades sexuais da rainha da Dinamarca (e não era preciso invocar o Kama Sutra), não se debatia a questão da liberdade de expressão. Era uma coisa que se resolvia nos tribunais

sábado, fevereiro 4

Insónias

Insónia 1 Os moradores do nº 22 estiveram toda a noite a explicar aos moradores do nº 24 o motivo por que estavam zangados. A explicação durou várias horas junto a janelas abertas e foi apadrinhada pelo cão. O ar da noite é mau conselheiro: Apeteceu-me dizer-lhes. Insónia 2 Pelas 3 da manhã soube que a senhora moradora do nº 22, tal como eu, também não foi ao México por alturas do 38º aniversário. 1-0 e ganhava ela, por esta altura. Insónia 3 Entretanto, o relógio aproximava-se perigosamente das 4 da matina quando fiquei a saber as razões por que nunca mais vi os sogros por lá. 1-1 e estavam empatados. (Bolas, que pais são pais, mesmo com uma sogra metediça a abrir as gavetas, a ver a arrumação nos armários e a dizer que "assim os pratos ficam melhor ou que as persianas têm que ser limpas"). se o sono é muito, pelo contrário, Deus não dorme: hoje depois de almoço vi os moradores do 22 abraçadinhos. Deu-me a impressão que vão ao México quando ela fizer 40 anos e que no próximo fim de semana terão os sogros para jantar. E a paz chegou ao aconchego do lar. Daqui do 24, o meu bem haja. (Post re-editado com alterações)

New blogs on the block

Ao Bekx Ao Rui do Adufe (isto) e À Simplesmente Tua, Inferno Privado, O Outro, Sofreguidão Íntrinseca e Das Nuvens e SETAÍRIS obrigada pela referência. E parabéns ao Sérgio. Aqui só há borlas e andamos a teclar pró boneco. Mas onde encontraria tanta gente simpática que faz o mesmo?

sexta-feira, fevereiro 3

Coisas públicas, vidas privadas - QUIZ

How would you best describe your flirting style? What first date plan in order to woo someone? (Via Velvelsatine)
Isto dos blogs é um bocadinho como esta imagem: ignoram-se uns traços para sublinhar outros. Com as cores que queremos e com as sombras que ocultamos. Gravura
- Os carrinhos de supermercado estão todos estragados ou só aqueles que eu escolho? - Notam alguma diferença quando põem os auriculares left e right nos ouvidos errados? - É assim tão difícil compreender que basta carregar num dos botões - e apenas uma vez - para chamar o elevador? - Depois dos galheteiros não podiam proibir também as expressões "Só tu para me fazeres rir agora" e "se não existisses tinhas que ser inventado"? - Há algum dia em que não passem o Hotel California na rádio? - Se não devemos limpar os ouvidos com cotonetes, então para que serve aquilo? Estas e outras prementes questões (que está visto, não me inquietam só a mim, o que me deixa mais descansada) no Perguntar não ofende. (E porque não me lembrei eu destas coisas antes? )

Bom dia

Com tudo a que tem direito. . .

quinta-feira, fevereiro 2

Lançamento Terça-Feira, dia 7 de Fevereiro de 2006, às 18h30 no Fórum da Fnac-Chiado
Apresentado por Pedro Mexia e por Rui Lopes.
Na Revista Atlântico, o texto de Henrique Raposo O junkie da fotocópia”: “À pergunta “Qual é o negócio que rende”, respondo sempre: “Abre já uma banca de fotocópias”. Portugal deve ser o único país do mundo que tem na fotocópia um dos caminhos certos para a fortuna. Um fenómeno do capitalismo moderno. E qual é a causa deste fenómeno? Toda a gente sabe: o aluno universitário português, o junkie da fotocópia.(…) …Estas bancas são como o ácaro em cima da alcatifa empoeirada que é a Universidade portuguesa. Resultado: quem acaba a licenciatura fica com alergia à leitura. Para o resto da vida. È natural: são quatro ou cinco anos a ler pedaços dispersos de livros (…) …e no dia em que recebe o canudo, o aluno atira esses caixotes para a arrecadação (…) junto das batatas, das cebolas, dos sapatos velhos da mãe e das garrafas de vinho do pai.. …São os próprios professores que entregam na bancas os pedaços de livros a fotocopiar. Pior: há lojas de fotocópias dentro das universidades. Não há livrarias, mas lojas de fotocópia. Lojas com pompa comercial e gente com bata de farmacêutico. (…( Mais: muitas vezes, as fotocópias já vêm sublinhadas pelo professor. (…) Ninguém procura nada diferente. Não se pergunta. Não se pensa. Fotocopia-se a Verdade já digerida por outrem. (…) Quem sai do ninho com os neurónios ainda intactos fica com um sonho para o resto da vida: queimar todas as fotocópias.(…)

A agenda deste blog

A cores e a preto e branco

A vidinha ao léu

Não sei porque carga de água o dono do Combustões quer saber alguma das minhas manias. Isto é coisa daquelas correntes que passam pela blogoesfera, condenando os irredutíveis que se recusam a colaborar, a pairar na ante-câmara do Purgatório, nas chamas do Inferno ou a visitar o museu de cera em Fátima. Dei uma vista de olhos às "manias" que andam por aí e não consigo perceber porque ainda me dizem:" Lá estás tu com as tuas coisas!" Afinal eu não tenho coisas. Tenho só coisinhas.: - A mania de fazer bigodes, barbichas e corninhos em tudo o que é fotografia e jornal (meus, claro); - Usar pérolas unicamente às Segundas, Quartas e Sextas; - Usar Chanel 5 às Terças, Quinta e Sábados. - Usar Chanel 19 às Segundas, Quartas e Domingos; - Não comer sobremesa nos dias em que ponho creme com cheiro a caramelo. Acha que se eu escrever (isto é um suponhamos, claro) que a roupa tem que sair da lexívia escrupulosamente branca ou que os linhos têm que ficar milimetricamente engomados, isto interessa a alguém? Ora , ora. E depois um nadinha de nonsense fica sempre bem.

quarta-feira, fevereiro 1

O posicionamento deste blog

Sem demagogia

Coisas estranhas que se pedem ao almoço

Ovo a cavalo

Coisas estranhas que se pedem de manhã

Mil folhas
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